sábado, 3 de março de 2018

O Brasil foi descoberto no Rio Grande do Norte?

Não é uma brincadeira, pesquisas recentes indicam que esta foi a rota oficialmente percorrida por Cabral!

Estas pesquisas foram levantadas por um historiador potiguar chamado Lenine Pinto, que escreveu 2 livros sobre o assunto. Pena que já esgotados: "Reinvenção do Descobrimento", e "Ainda a questão do Descobrimento".

Listo aqui alguns dos argumentos levantados por Lenine, todos fatos verídicos e comprovados por seus estudos em cima de cartas enviadas entre o Brasil e Portugal, mapas da época e muito trabalho:

· O primeiro marco, o monumento mais antigo do Brasil, foi "chantado" (ou instalado) no RN. Chama-se "Marco de Touros", fincado em 1500 na praia de Touros. Hoje ele se encontra no Forte dos Reis Magos, em Natal. Segundo a história oficial, Cabral descobriu o Brasil em Porto Seguro e, em uma expedição seguinte em 1501, Américo Vespúcio chantou o marco em Touros-RN, oficializando a descoberta do Brasil. Mas a teoria de Lenine é diferente: os marcos, instalados em terras descobertas, eram, na época, uma providência privativa do capitão-mor e das esquadras patrocinadas pela ordem de Cristo. A expedição de Vespúcio era uma expedição comercial e particular, e não oficial de Portugal. Portanto, o marco teria sido na verdade, fincado por Cabral em sua primeira investida ao Brasil. 

· Cabral fez, 8 anos depois do descobrimento, uma carta ao Rei de Portugal chamada "Carta de Arrependimento ao Rei". Nela, ele informa a instalação do marco - o padrão do descobrimento - no seguinte trecho: "cumpri as instruções de vossa majestade, viajei para o ocidente e tomei posse com o padrão da terra de vossa majestade, que os antigos chamavam de Brandão ou de Brasil". Esta carta é citada também por Assis Cintra. Walter Galvanni, que fez a biografia de Cabral, também cita esta carta. Vejam que a carta confirma que Cabral já sabia seu destino, o Brasil.

· Vamos a algumas datas: em 1443, o navegador Sancho Brandão teria chegado ao Brasil (daí o nome ilha do Brandão, incluída nos mapas a partir dele). Em 1487, Pero Vaz da Cunha avistou terras já identificadas em 1448 por Andrea Bianco, como terra firme a "1500 milhas a poente", de onde se chega ao litoral do RN. A partir dele, muita gente passou pelo Brasil. Duarte Pacheco e Cristóvão Colombo, em 1498; Bartolomeu Dias e Vasco da Gama; um ano antes de Cabral ainda Alonzo de Ojeda, Juan de la Cosa e Américo Vespúcio; em janeiro de 1500, Vincente Pinzon, e em fevereiro Diego de Lepe. Se o Rei mandou Cabral fazer a descoberta oficial (tanto que vieram mais de 10 naus), o capitão teria que parar em um ponto conhecido. 

· Em 1501, o rei D. Manoel manda o navegador João de Nova em fevereiro (ou março) para seguir o trajeto feito por Cabral, no mesmo período, 30 dias (na verdade, Cabral perdeu 2 dias, segundo sua carta de bordo, com algumas tragédias, onde perderam 3 ou 4 naus, do total de 14 que saíram de Portugal; portanto a viagem normal duraria 28 dias) entre Portugal e Brasil. Ele percorreu o mesmo trajeto, passou pelo Cabo Verde no mesmo período, e chegou no Brasil em 28 dias aonde? Em Touros-RN, na Ponta do Calcanhar. Também, Cabral saiu de Cabo Verde em 20 de marco, e chegou a Vera Cruz em torno de 20 de abril. Como Cabral conseguiria fazer, nesse mesmo tempo mais 800 milhas até o sul da Bahia? Cabral saiu de Portugal em 9 de março e passou por Cabo Verde a 22. Um mês depois, poderia chegar ao RN, de acordo com as cartas náuticas; para chegar ao sul da Bahia, só lá pelo dia 10 de maio. 

· A ponta do calcanhar em Touros também foi e ainda é, confirmado pelos americanos na segunda grande guerra, o ponto mais próximo da América ao continente europeu. Tanto que foi em Natal a base aérea americana da 2º guerra. Também, conforme informado em cartas náuticas e pesquisadores americanos da 2º guerra, as correntes marítimas e o vento, os quais trouxeram os navios portugueses para o Brasil, levariam estas naus para a região extrema do nordeste, onde se encontra o RN, e não para o sul da Bahia. 

· Outro argumento extremamente importante são os 2 marcos (padrões) deixados por Portugal no Brasil nos anos iniciais do descobrimento: o primeiro em Touros-RN e o segundo na praia de Cananéia-SP. Uma carta antiga, informa que Cabral percorreu 2 mil milhas no litoral brasileiro, e é exatamente a distância entre Touros e Cananéia, onde encontram-se os marcos. Também existe um marco semelhante ao de Touros e Cananéia em Porto Seguro-BA, mas é um marco simbólico, de posse comemorativa (todos sabem, os próprios autores baianos confirmam isso). Se fossem percorridas 2 mil milhas partindo de Porto Seguro, o final seria na Patagônia, na Argentina, mais precisamente em Comodoro Rivadávia. 

· E o Monte Pascoal? O oficial, na Bahia, tem 400 metros e não consegue ser avistado a 90 km (conforme informado na carta de Caminha) por quem vem bordejando para o Sul. O Pico do Cabugi (ponto mais alto do RN) com mais de 800m sim, é visto de frente, à distância, por embarcações que vem pelas correntes marítimas e pelo vento. 

· Conta Caminha que Cabral fez um passeio a uma lagoa de água doce. As lagoas de Porto Seguro são salgadas. E o tubarão que Bartolomeu Dias matou? Tem tubarão em Porto Seguro ? Já de Recife para cima, surfista é frequentemente atacado. Também, já descoberto por cartas, foi no nordeste próximo a Touros onde se instalou o primeiro posto de corte do pau-brasil, em 1503. 

· Cabral avistou o Monte Pascoal ao entardecer do dia 22 de abril. Só que na época as ampulhetas eram corrigidas no sol-a-pino do meio-dia, quando iniciava um novo dia, o dia náutico. Assim, para os pilotos, era dia 23, dia de São Jorge. O ponto mais oriental do Brasil, o Cabo de São Roque, em Touros-RN, já foi chamado de São Jorge, antigamente. E os navegadores designavam as descobertas pelo santo do dia. 

· Gaspar de Lemos, que voltou a Portugal levando para o Rei a carta de Caminha, não informou registro de observações da costa. Quer dizer, não subiu a Bahia bordejando o litoral. Ele foi direto! Para ir direto, apenas saindo do litoral do RN. 

· As correntes marítimas traziam os navios para a Ponta do Calcanhar, em Touros, e não para Porto Seguro. Lá as correntes passam por longe, em alto mar. Os autores portugueses também afirmam isso, dentre eles Pedro Calmon. 

· Porque a história oficial transferiu de Touros para Porto Seguro o local da chegada? Os chamados "Reinós", a elite brasileira que passava temporadas em Portugal (eram chamados de brasileiros-portugueses) decidiram mudar de localização, dentre eles Gabriel Soares de Souza. Os portugueses só foram a Porto Seguro na época da colonização, por volta de 1530. Também na época não existia por lá o Pau-Brasil. Existiam todo tipo de madeira nobre, mas o Pau-Brasil não. 

Tem moral na "história"? Aprendemos nas escolas que Colombo chegou à, hoje, República Dominicana, na descoberta da América, que comemorou 500 anos em 1998. Em 1940, o exército americano e a Universidade de Harvard concluíram que Colombo havia aportado pela primeira vez nas Ilhas Watlings. Como parte das comemorações dos 500 anos da América, a National Geographic Society botou um outro exército de especialistas para descobrir onde, afinal, aportou Colombo. Eles concluíram que foi em Samana Key (ou Cayo), nas Bahamas. Essa nova história passou a ser ensinada nas escolas americanas.

Será que um dia reinventaremos a Descoberta do Brasil?

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