No texto, que classifica os últimos atos como
'barbárie', as instituições ressaltaram que o clima de medo está acarretando
perdas para o comércio e o turismo.
José Aldenir/ Agora Imagens
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Nesta semana, com a "greve branca" dos policiais civis e militares, bandidos realizaram diversos arrombamentos |
Entidades que representam o comércio potiguar divulgaram uma nota conjunta nesta sexta-feira, 22, em que pedem a adoção de medidas emergenciais pelo Poder Público para reduzir os índices de criminalidade. Nesta semana, com a “greve branca” dos policiais civis e militares, bandidos realizaram diversos arrombamentos e saques a lojas em Natal, aumento a sensação de insegurança e prejudicando o faturamento do comércio no final do ano.
No texto, que classifica os últimos atos como
“barbárie”, as instituições ressaltaram que o clima de medo está acarretando
perdas para o comércio e o turismo. “Além dos prejuízos materiais dos
estabelecimentos invadidos, vimos a população, tomada pelo medo, evitar sair de
casa, esvaziando as ruas e trazendo ainda mais perdas para o comércio. O
turismo também se vê extremamente prejudicado, visto que, diante das notícias
do clima de insegurança que paira sobre a cidade, operadoras e hotéis já
começam a registrar pedidos de cancelamento de pacotes”, diz a nota, intitulada
“Exigimos o direito de poder trabalhar com segurança”.
De acordo com as associações, o quadro de violência
constatado na capital potiguar gera um “círculo vicioso”, pois, sem segurança,
os setores de comércio, serviços e turismo não faturam e, consequentemente, o
Estado diminui sua arrecadação de impostos, tendo menos caixa para honrar os
compromissos – como o pagamento dos servidores públicos ou a realização de
investimentos. “Eles [os segmentos] representam 60% do ICMS pago aos cofres
públicos”, destacam as instituições que representam os empresários.
Por fim, de maneira contundente, a nota apela aos
agentes de segurança pública a adoção de providências e solicita “união” dos
poderes públicos para resolver a crise. “Esperamos que os Poderes Públicos,
todos eles, assumam suas responsabilidades. E que cumpram o seu papel de nos
deixar trabalhar em paz”, finaliza o texto.
A nota foi assinada por quatro entidades –
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (Fecomércio), Federação
das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RN (FCDL), Federação das Associações
Comerciais do RN (Facern) e Câmara dos Dirigentes Lojistas de Natal (CDL
Natal).
Confira a nota na íntegra:
EXIGIMOS O DIREITO DE PODER TRABALHAR COM SEGURANÇA
Nos últimos dias, temos visto, estarrecidos e
indignados, o nosso Estado e, em particular, a cidade do Natal, registrarem
atos que em muito se assemelham à barbárie. Criminosos têm promovido
verdadeiros “arrastões” e invasões a estabelecimentos comerciais espalhando terror
e apreensão em todos nós.
Com isso, além dos prejuízos materiais dos
estabelecimentos invadidos, vimos a população, tomada pelo medo, evitar sair de
casa, esvaziando as ruas e trazendo ainda mais perdas para o comércio. O
turismo também se vê extremamente prejudicado visto que, diante das notícias do
clima de insegurança que paira sobre a cidade, operadoras e hotéis já começam a
registrar pedidos de cancelamento de pacotes por parte de turistas que estavam
prontos para aportar em nosso estado.
Ressalte-se ainda que, no caso do comércio, a
situação ganha contornos ainda mais graves, em virtude do período do ano que
vivemos. Uma época em deveríamos estar contabilizando o aquecimento das nossas
vendas e tentando tomar um mínimo de fôlego, já no final de um ano que foi,
novamente, muito difícil para todos.
Com todo este quadro, nunca é demais lembrar que
está sendo criado um perigosíssimo círculo vicioso. Sem segurança, comércio,
serviços e turismo não faturam. Como eles representam 60% do ICMS pago aos
cofres públicos e respondem por metade dos empregos gerados neste Estado, se
eles não faturam, fica muito claro que o Estado também vê suas receitas
despencarem. Sem receita, não há como honrar compromissos, como os pagamentos
de salários e a fornecedores ou o investimento na melhoria das estruturas de
segurança e saúde, apenas para citar dois pontos.
Por tudo isso, as entidades abaixo assinadas vêm a
público externar sua enorme preocupação com a situação que estamos vivendo e
exigir das autoridades que sejam adotadas providências urgentes, no sentido de
garantir aos empresários o direito de poder trabalhar com segurança e seguir
gerando emprego e renda. Também reforçamos o apelo aos agentes públicos de
segurança que procurem olhar esta situação também com estes olhos. A nós parece
muito claro que, somente com união iremos transpor todas as dificuldades.
Esperamos que os Poderes Públicos, todos eles,
assumam suas responsabilidades. E que cumpram o seu papel de nos deixar
trabalhar em paz.
– Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
do RN (Fecomércio RN).
– Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do
RN (FCDL RN).
– Federação das Associações Comerciais do RN
(Facern).
– Câmara dos Dirigentes Lojistas de Natal (CDL
Natal).
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