Algumas imagens da enchente de 1964
quando a Barragem de Poço Branco se rompeu e causou todo esse transtorno na
ponte rodoviária e na ferroviária.
Ponte rodoviária da BR 406 em Taipu destruída na enchente causada pelo rompimento da barragem de Poço Branco, 1964. Fonte: arquivo das irmãs do ICM |
Ponte ferroviária do Umari destruída enchente causada pelo rompimento da barragem de Poço Branco, 1964. Foto: arquivo da PNS |
helicóptero em Taipu em resgate aos desabrigados da enchente de 1964. Segundo os mais antigos foi a primeira vez que se viu uma aeronave na cidade. |
Rompimento da barragem de Poço
Branco em 1964
As paginas do Jornal do Brasil de 1964 tratavam da hecatombe que ocorreu no
vale do rio Ceará Mirim pelo rompimento da barragem de Taipu (Poço Branco). Com
o titulo “Barragem rompe no Nordeste” a noticia da edição do Jornal do
Brasil noticiou na edição do dia 6 de maio de 1964 o rompimento da barragem de
Poço Branco. Eis o que dizia a matéria à pagina 12 da referida edição:
"Rompeu-se no Rio Grande do Norte causando prejuízos incalculáveis à lavoura, a barragem de Taipu, localizada no Vale do rio Ceará-Mirim – região açucareira - e estão quase submersas as cidades de Taipu, Poço Limpo e Ceará-Mirim esta de cerca de 50 mil habitantes. Os dois sangradouros de emergência, feitos com emprego de dinamite, domingo passado, não foram bastante para dá vazão as águas."
Um erro de impressão trocou o nome de Poço Branco por Poço Limpo. O destaque
aqui é para as providencias improvisadas pelos engenheiros da barragem que
dinamitam dois sangradouros para dá vazão ao acumulo de água que não surtiu
efeito vindo a ocorrer o rompimento da barragem e o deslocamento do governador
do estado, Aluizio Alves, ao tomar conhecimento da tragédia.
O
governador Aluizio Alves, logo que soube da tragédia deslocou-se de helicóptero
para a região assolada, onde se dirigiu pessoalmente as medidas de emergências
requeridas.
Ponte destruída pela força da enchente da barragem de Poço Branco, 1964. Foto: arquivo da PNSL. |
Visita do governador Aluizio Alves as vitimas da enchente em Taipu ao lado a irmã Natalina Rossetti, ICM, 1964. Foto: arquivo da PNSL. |
Ponte ferroviária do Umari destruida enchente causada pelo rompimento da barragem de Poço Branco, 1964. Foto: arquivo da PNSL. |
Perdas que ocorreram em virtude da
tragédia da barragem de Taipu
Com o titulo da matéria que
dizia “Águas do Taipu arrombado levou mais 50% da lavoura do Ceará-Mirim” a
edição do dia 9 de maio de 1964 a página 13 trazia as noticias das
perdas que ocorreram em virtude da tragédia da barragem de Taipu, eis o que
dizia o corpo do texto:
Natal (do correspondente)- mais de
cinquenta apor cento dos canaviais situados no Vale do Ceará-Mirim no Rio
Grande do Norte perderam-se em virtude da enchente provocada pelo arrombamento
da barragem de Taipu verificada há cinco dias.Passada a fase inicial de perigo,
estão sendo feitos levantamentos para se avaliar a extensão dos prejuízos das
plantações, casas e benfeitorias.Informa-se que o canavial, principal riqueza
da região,só não foi destruído em virtude do seu enraizamento profundo.
Segundo dados dos levantamentos feitos até ontem mesmos nos locais mais
atingidos pelas águas não excederam a setenta por cento, enquanto nas mais bem
situados o prejuízo foi de trinta por cento.
O mesmo não aconteceu com as plantações de menor porte como bananeiras, cereais, verduras e hortaliças que sofreram prejuízos totais. Em virtude das enxurradas que levavam tudo à sua passagem. Houve também inúmeros desabamentos principalmente das casas de taipa.Pequenos aterros, canais de irrigação e outras benfeitorias ficaram seriamente danificados.
Apesar da diminuição das águas a intensidade da enchente continuou invadindo o
vale, embora já se começasse a avistar os pontos mais altos. Contudo um novo
problema estava surgindo, constituído do grande numero de cobras que foram
trazidas do alto sertão para os locais habitados.
Estado de calamidade no Rio Grande
do Norte.
Em 8 de julho de 1964 as noticias
eram sobre o estado de calamidade no Rio Grande do Norte ocasionado pelo
rigoroso inverno que se verificou naquele ano e que levou destruição a vários
municípios do estado como atesta a matéria da página 9 do referido jornal
a matéria dizia que o governador Aluizio Alves deveria decretar estado de
calamidade em virtude da situação por qual passava o estado devido o intenso
inverno verificado naquele ano de 1964, que segundo o jornal, chovia
intensamente há 79 dias:
Para se ter uma ideia do estado
calamitoso transcrevemos a seguir a situação de algumas cidades do estado,
incluindo Taipu.
Nova cruz: [...] é das piores a
situação no município de Nova Cruz ‘totalmente isolado do Estado’. A cidade
está inundada, com mais de 80 casas cercadas pelas águas [...] a enchente é a
maior já ocorrida em Nova Cruz. ´
Pedro Velho: É outra cidade inundada. Pontes ruíram e não possibilidade de utilização das rodovias e ferrovias.
Pedro Velho: É outra cidade inundada. Pontes ruíram e não possibilidade de utilização das rodovias e ferrovias.
Canguaretama: A situação é um pouco
melhor embora existam 250 pessoas ao desabrigo.
Nísia Floresta: O governo recebeu
pedido de envio de vacinas.
Taipu: Em Taipu as ultimas chuvas
prejudicaram todo o trabalho de recuperação da barragem local, que em abril do
ano passado ruiu destruindo varias pontes. Também estão inutilizados os
serviços da Rede Ferroviária Federal para restabelecer o trafego interrompido
desde abril de 1963.
Diante de tal situação o governador decretou o estado de calamidade e aguardava
a ajuda do governo federal para solucionar os efeitos devastadores do rigoroso
inverno de 1964.
Fonte: Crônicas Taipuense
Nenhum comentário:
Postar um comentário