quarta-feira, 11 de outubro de 2017

POÇO BRANCO (RN): DO FUNDO DO BAÚ, ROMPIMENTO DA BARRAGEM EM 1964

Algumas imagens da enchente de 1964 quando a Barragem de Poço Branco se rompeu e causou todo esse transtorno na ponte rodoviária e na ferroviária.

Ponte rodoviária da BR 406 em Taipu destruída na enchente causada pelo
rompimento da barragem de Poço Branco,  1964. Fonte: arquivo das irmãs do ICM

Ponte ferroviária do Umari destruída enchente causada pelo rompimento da
barragem de Poço Branco, 1964. Foto: arquivo da PNS

helicóptero em Taipu em resgate aos desabrigados da enchente de 1964.
Segundo os mais antigos foi a primeira vez que se viu uma aeronave na cidade.
Rompimento da barragem de Poço Branco em 1964

As paginas do Jornal do Brasil de 1964 tratavam da hecatombe que ocorreu no vale do rio Ceará Mirim pelo rompimento da barragem de Taipu (Poço Branco). Com o titulo “Barragem rompe no Nordeste” a noticia da edição do Jornal do Brasil noticiou na edição do dia 6 de maio de 1964 o rompimento da barragem de Poço Branco. Eis o que dizia a matéria à pagina 12 da referida edição:

"Rompeu-se no Rio Grande do Norte causando prejuízos incalculáveis à lavoura, a barragem de Taipu, localizada no Vale do rio Ceará-Mirim – região açucareira - e estão quase submersas as cidades de Taipu, Poço Limpo e Ceará-Mirim esta de cerca de 50 mil habitantes. Os dois sangradouros de emergência, feitos com emprego de dinamite, domingo passado, não foram bastante para dá vazão as águas."

Um erro de impressão trocou o nome de Poço Branco por Poço Limpo. O destaque aqui é para as providencias improvisadas pelos engenheiros da barragem que dinamitam dois sangradouros para dá vazão ao acumulo de água que não surtiu efeito vindo a ocorrer o rompimento da barragem e o deslocamento do governador do estado, Aluizio Alves, ao tomar conhecimento da tragédia.

O governador Aluizio Alves, logo que soube da tragédia deslocou-se de helicóptero para a região assolada, onde se dirigiu pessoalmente as medidas de emergências requeridas.


Ponte destruída pela força da enchente da
barragem de Poço Branco, 1964. Foto: arquivo da PNSL.

Visita do governador Aluizio Alves as vitimas da enchente em
Taipu ao lado a irmã Natalina Rossetti, ICM, 1964. Foto: arquivo da PNSL.

Ponte ferroviária do Umari destruida enchente causada pelo rompimento
da barragem de Poço Branco, 1964. Foto: arquivo da PNSL.
Perdas que ocorreram em virtude da tragédia da barragem de Taipu

Com o titulo da matéria que dizia “Águas do Taipu arrombado levou mais 50% da lavoura do Ceará-Mirim” a edição do dia 9 de maio de 1964 a página 13 trazia as noticias das perdas que ocorreram em virtude da tragédia da barragem de Taipu, eis o que dizia o corpo do texto:

Natal (do correspondente)- mais de cinquenta apor cento dos canaviais situados no Vale do Ceará-Mirim no Rio Grande do Norte perderam-se em virtude da enchente provocada pelo arrombamento da barragem de Taipu verificada há cinco dias.Passada a fase inicial de perigo, estão sendo feitos levantamentos para se avaliar a extensão dos prejuízos das plantações, casas e benfeitorias.Informa-se que o canavial, principal riqueza da região,só não  foi destruído em virtude do seu enraizamento profundo. Segundo dados dos levantamentos feitos até ontem mesmos nos locais mais atingidos pelas águas não excederam a setenta por cento, enquanto nas mais bem situados o prejuízo foi de trinta por cento.

O mesmo não aconteceu com as plantações de menor porte como bananeiras, cereais, verduras e hortaliças que sofreram prejuízos totais. Em virtude das enxurradas que levavam tudo à sua passagem. Houve também inúmeros desabamentos principalmente das casas de taipa.Pequenos aterros, canais de irrigação e outras benfeitorias ficaram seriamente danificados.

Apesar da diminuição das águas a intensidade da enchente continuou invadindo o vale, embora já se começasse a avistar os pontos mais altos. Contudo um novo problema estava surgindo, constituído do grande numero de cobras que foram trazidas do alto sertão para os locais habitados.

Estado de calamidade no Rio Grande do Norte.

Em 8 de julho de 1964 as noticias eram sobre o estado de calamidade no Rio Grande do Norte ocasionado pelo rigoroso inverno que se verificou naquele ano e que levou destruição a vários municípios do estado como atesta a matéria da página  9 do referido jornal a matéria dizia que o governador Aluizio Alves deveria decretar estado de calamidade em virtude da situação por qual passava o estado devido o intenso inverno verificado naquele ano de 1964, que segundo o jornal, chovia intensamente há 79 dias:

Para se ter uma ideia do estado calamitoso transcrevemos a seguir a situação de algumas cidades do estado, incluindo Taipu.

Nova cruz: [...] é das piores a situação no município de Nova Cruz ‘totalmente isolado do Estado’. A cidade está inundada, com mais de 80 casas cercadas pelas águas [...] a enchente é a maior já ocorrida em Nova Cruz. ´

Pedro Velho: É outra cidade inundada. Pontes ruíram e não possibilidade de utilização das rodovias e ferrovias.

Canguaretama: A situação é um pouco melhor embora existam 250 pessoas ao desabrigo.

Nísia Floresta: O governo recebeu pedido de envio de vacinas.

Taipu: Em Taipu as ultimas chuvas prejudicaram todo o trabalho de recuperação da barragem local, que em abril do ano passado ruiu destruindo varias pontes. Também estão inutilizados os serviços da Rede Ferroviária Federal para restabelecer o trafego interrompido desde abril de 1963.

Diante de tal situação o governador decretou o estado de calamidade e aguardava a ajuda do governo federal para solucionar os efeitos devastadores do rigoroso inverno de 1964.


Fonte: Crônicas Taipuense

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