Especial - Interregno antropotecnico
Fonte: revista filosofia ciência e vida
Ano: VIII No: 97 – agosto/2014
Quando se coloca em
discursão as transformações que se dão socialmente ao que se refere á
utilização dos avanços tecnológicos em relação a sociedade, muitas duvidas
ainda se apresentam. Uma analise a partir de adorno, Horkheimer e Le Breton.
Vivemos uma espécie de interregno
antropotecnico. Trata se, no nosso caso, de um intervalo histórico único e
paradoxal que separa duas épocas distintas da humanidade, dois “reinados”, mas,
também, duas logicas igualmente dispares, em termos de valores e simbolismos a
serem cultuados ou rejeitados socialmente. De fato, havia uma maneira que reagia
forçosamente a nossa percepção e compreensão do mundo e de nós mesmos até
então, que compreendia o âmbito do natural, divino, misterioso, que
existe por si, que emerge espontaneamente, que se originaria na mãe natureza
ou, segundo os crentes, em Deus (“reinado” decadente que se perde); por outro
lado, o tecnológico, humano, mundano, que é produzido internacional e
artificialmente por nós, seres humanos, por meio de nossas técnicas e
tecnologias ancestrais (“reinado” ascendente, que se conquista). Essa asserção metafórica
de interregno antropotecnico dualista entre natural e artificial, mítico e
tenologico, sagrado e instrumentalizável, interdito e profanável, reverência e
intrusividade, respeito e subjugação, mostra-se bastante condizente com a própria
realidade ao nosso redor, já que podemos constatar uma significativa
transformação na nossa maneira de perceber a natureza que nos gerou e contêm. Nesse
sentido, essa natureza sem símbolos e valores, esvaziada deles, passa a ser
percebida apenas como um manancial, um estoque disponível, uma espécie tosca de
standing-reserve, uma reserva de
riquezas a serem decifradas, exploradas e controladas, o que